A obra é um importante registro da trajetória de religiosos que, em tempos de regime totalitário, lutaram pelas causas populares. Com 319 páginas, Memórias Vivas de 1968 é um testemunho de religiosos, entre eles o padre francês Michel Marie Le Ven, que tiveram importante atuação em Belo Horizonte na defesa de camadas mais pobres da sociedade, engajando-se nas causas de emancipação social, política e econômica. Tudo isso no contexto do Cristianismo da Libertação, movimento pautado na defesa dos pobres e excluídos que emergiu entre as décadas de 1950 e 1960, na América Latina, e que teve, no Brasil, forte influência de teólogos franceses que aqui moravam ou cujas ordens se instalaram no país.
Com o golpe militar de 1964, leigos e religiosos engajados nas lutas populares tornaram-se alvos da repressão, como se deu com o “movimento dos padres franceses”. Conhecidos como padres do Horto, bairro da região Leste de Belo Horizonte em que atuavam, os franceses Michel Le Ven, Francisco Xavier Berthou, Hervé Croguenec e o então diácono brasileiro José Geraldo da Cruz – cujas histórias foram resgatadas no livro – estão entre os muitos religiosos perseguidos pelo regime militar em função de sua atuação. A prisão dos padres franceses e do diácono brasileiro tinha o propósito de desarticular e intimidar as lideranças juvenis, sobretudo do meio operário e estudantil, e quebrar a “ala progressista” da Igreja Católica, como explica Le Ven.
Área: | História |
ISBN: | 9788582290552 |
Ano | Edição: | 2017 |
Páginas: | 319 |
Editora: | PUC Minas |
Dimensão: | 24 x 1,05 x 17 cm |
Peso: | 490 g |